No final do ano passado, durante a ExpoManagement 2008 da HSM (A HSM promove as mais interessantes palestras, fóruns e conteúdos de educação executiva aqui no Brasil e no mundo) a palestra do Henry Mintzberg, “um dos mais destacados pensadores sobre administração do mundo”, começou com um discurso, um tanto batido: “Sua empresa é uma orquestra e você é o regente”. Ou ainda: “Todos devem tocar seu instrumento para, juntos, formamos um concerto”.
Depois prosseguiu com outras frases batidas, como: “tem que pensar fora da caixa” (essa é uma das frases mais irritantes que se tem ouvido ultimamente no meio publicitário).
Parece que todo mundo gosta de usar a Orquestra para comparar algo. Quer ver:
Fazer bolo é como ser um regente: cada ingrediente deve estar na medida para não desafinar o resultado.
Ter um bordel é como reger uma orquestra: você precisa saber tocar cada instrumento senão a orquestra broxa.
Mulher é que nem orquestra. Precisa ter um ótimo regente para estar em harmonia.
Cinema é uma grande orquestra: o diretor precisa deixar tudo em sintonia.
E por aí vai.
Um dos nossos grandes disseminadores dessa “filosofia orquestral” é nosso Presidente, gênio torto das analogias e frases clichês que recheiam (ops) os palanques e é a alegria do povo que bate palma mesmo sem ter entendido a verdadeira mensagem.
Mas, como orquestra é algo para pessoas “muito intelectuais”, falar sobre orquestra parece algo inteligente, estratégico. E o povo aplaude.
Tsc tsc tsc.
Mintzberg é considerado uma das mentes mais criativas no campo da gestão. Talvez não seja por causa desta palestra.
Quando alguém comparar alguma coisa a uma orquestra, toque o bumbo na hora errada só para irritá-lo!!! :P
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