Aprendendo a amar a Austrália. País pacato, onde tudo funciona mesmo na desorganização de algumas coisas. Por exemplo, não há padronização das placas de trânsito. Cada uma é de uma cor, as vezes tem 3 numeros, outras apenas 1…. Outras apenas um nome…
Já estou acostumado a viver uma vida menos estressada, onde trabalho pesado é das 9am as 5pm e casual job é comum.
Trabalho num museu em Sydney. O ambiente é incrível e organizado. Você aprende um monte de coisa e percebe que, por exemplo, o Masp em São Paulo joga fora um monte de boas oportunidades. Não estou falando de exposições, mas de como atrair o público.
Já tinha reparado isso numa viagem que fiz para NY, onde o Metropolitan estava sempre oferecendo jantares aos membros e o Guggenheim faz coquetel e pré-estreias de exibições aos “sócios”.
Aqui na Austrália, todos os museus são integrados. Se você é membro de determinado museu, você pode frequentar a members area de outro em qualquer estado australiano. E você ainda tem descontos, seja no café, na lojinha ou exposições pagas. Sim, você paga para algumas exposições especiais porque a entrada no museu é gratuita. Isso faz com que as pessoas utilizem o museu como um clube.
É comum ver as mesmas pessoas almoçando sempre no restaurante do museu ou ainda desenhando quadros, pintando… Ou ainda grupo de senhoras que não recusam um café das 5 de dentro do museu.
Uma pena que o Brasil não tem a cultura de frequentar museu. Muita gente sequer entrou dentro de um ou então vai uma ou duas vezes por ano.
Voltando a falar do Masp, ele é lindo, tem uma importante coleção e tem a melhor localização da cidade. Mas ninguém vai. Só se lembram dele em massivas exposições como Monet ou Renoir… Aqui na Austrália, temas criativos como Pintura Francesa na China (quadros que foram exibidos ou comprados por colecionadores chineses em alguma época) ou Azul (quadros com a cor… adivinha?) trazem grande público sem sequer sair das peças do acervo. Apenas uma forma de organização na exibição.
E é interessante… É didático. Você aprende, você entra no contexto.
Senão me falha a memória, toda terça-feira é entrada franca no Masp. Quando podia, ia dar uma espiadela… Nas últimas vezes que fui, estava bem sujo, bem maltratado. Acho qu foi na exposição do Vic Meirelles. E uma pena que não utilizam mais as bases de concreto com acrilico para exibir as obras, como foi originalmente pensado.
Enfim, o Masp precisa ser mais convidativo, ser melhor administrado, melhor pensado.
Quando voltar ao Brasil, quero trabalhar no Masp.
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